Dicas

Dicas sobre viagem, hospedagem, grupos, instituições e coletivos

1) Viagem


Nem sempre precisamos de muito dinheiro para viajar. Podemos organizar formas mais baratas e divertidas. Tudo depende do seu propósito e disposição. Se você busca muito conforto, pode ser que as dicas a seguir não sejam para você. Porém, caso você deseje se liberar um pouco de tantas necessidades materiais e passar por uma experiência mais roots, as informações a seguir podem ser de grande utilidade.

Uma boa dica, antes de iniciar uma aventura, é pesquisar sobre relatos de pessoas que já fizeram o mesmo percurso que você pretende fazer. Em sites como http://www.mochileiros.com, é possível interagir com viajantes e viajados que passaram por diversas experiências nos quatro cantos do mundo. Nesse mesmo site, você pode organizar viagens com outras pessoas e arranjar companhia também, além de articular caronas.

Conseguir mais alguém para se aventurar na estrada, pedindo carona pode parecer algo difícil de se realizar. Que nada! Sempre existem outros aventureiros dispostos. Uma boa dica é usar sites como o do https://www.couchsurfing.org (falarei mais sobre essa comunidade em hospedagem). Pesquise os grupos sobre caronas. Dias atrás postei uma mensagem no site do CouchSurfing para averiguar se tinha gente interessada em pegar carona comigo até a Argentina. Obtive resposta no mesmo dia. Talvez eu tive muita sorte, mas me parece uma boa.



O ideal: programe-se com antecedência. No caso de buscar companhia para carona, articule-se; escreva posts, demonstrando suas intenções, roteiros, etc. Outra coisa: analise o perfil das pessoas que entraram em contato com você. Combine de tomar um café ou um sorvete antes. Viaje com pessoas afins; isso faz toda a diferença!

Benefícios e vantagens da carona: durante o percurso você conhece um bocado de gente; compartilha ideias, visões e sentimentos; o percurso é mais flexível.

Não indicado para: pessoas muito fechadas, que não gostam de interagir e apegadas ao conforto.

Contratempos: frio, calor, chuva, demora para conseguir carona, etc.

Dicas sobre o que levar numa aventura como essa: 

1) Se for de carona, não adianta levar malas cheias de roupas, bugigangas, cacarecos... Leve somente o essencial. Não esqueça de analisar as condições climáticos dos lugares que passará. Em que estação do ano você vai? 

2) Se o percurso for longo, compensa levar barraca e sacos de dormir;

3) Sempre leve água e coisas de comer. Uma boa é sempre ter em mãos sementes, castanhas, frutas passas. São coisas que sustentam e não pesam tanto na mochila;

4) Uma capa de chuva também vai bem.


2) Hospedagem

Talvez fazer uma viagem no esquema carona seja muito para você. Tudo bem! Nem todos têm essa predisposição. Você pode optar em se aventurar mais na outra etapa da viagem: a acomodação.

Você pode escolher por estadia paga. No caso, acho legal utilizar os albergues (hostels). Você encontra um monte deles no mundo inteiro, nas principais cidades. Você pode, inclusive, pagar uma anuidade para baratear o valor das estadias.

Os hostels oferecem diferentes possibilidades de estadia, de quartos privativos até compartilhados com 4, 6, 8, 10, 12... pessoas. Você escolhe de acordo com o seu bolso.

Se for em época de temporada ou de grandes eventos, convém reservar a sua vaguinha com antecedência. Na verdade, eu acho sempre mais prudente reservar com antecedência, mesmo em baixa temporada.

No entanto, a opção que mais me encanta para acomodação é o CouchSurfing (https://www.couchsurfing.org). Funciona assim: um site onde pessoas do mundo todo colocam seus sofás (ou camas extras, colchões, redes, etc) ao dipor de desconhecidos gratuitamente.

Para participar, inscreva-se, monte seu perfil e escolha fotos que dizem um pouco sobre sua personalidade. Se pretende viajar para fora do país, disponibilize seu perfil em inglês. Isto facilita pra caramba!

Você não é obrigado a receber pessoas na sua casa ou apartamento para participar. Não é uma troca. As pessoas oferecem o cantinho delas de forma livre e de acordo com as possibilidades de cada um. Por exemplo, eu posso morar com minha mãe, logo a casa não é minha minha, o que talvez dificultaria receber hóspedes. Porém, isso não é obstáculo para ser recebido por outrem. Muito legal, não é?

Tive experiências fantásticas na Irlanda com o CouchSurfing. Meu anfitrião era muito gentil. Me levou para passear e conhecer muitos lugares. Sinto que sozinho ou numa excursão, a aventura não seria tão divertida.

Algumas dicas:

1) Antes de enviar um pedido de "sofá", leia com atenção o perfil do anfitrião;

2) Verifique se o anfitrião é uma pessoa que condiz com sua personalidade;

3) Alguns estabelecem regras (ex: tempo de permanência);

4) Há pessoas que recebem mais de um hóspede. Eu mesmo acho isso de boa!

5) Por mais que seja uma experiência pautada na gratuidade, sinta se convém contribuir com algo (alimentos, sucos...). ainda mais se ficar por longos períodos;

6) Se sentir que pode, ajude seu anfitrião em alguma tarefa, como lavar louça, colher temperos no quintal, etc;

7) O essencial é sentir a dinâmica da casa. Se tiver dúvida, pergunte;

8) Se desejar, leve um presente para seu anfitrião. Algo de sua terra natal, um trabalho artesanal, uma lembrancinha... Não é obrigatório, mas faz toda diferença!

9) Converse com as pessoas das casa, interaja, compartilhe!


3) Viagem e Voluntariado

Recentemente, tive uma experiência na Argentina que me fez refletir sobre como desejo realizar minhas próximas viagens. Não quero mais me sentir um turista nos países que eu visitar. Um turista, pelo menos o convencional, é aquele que vai a uma determinada localidade sem a intenção de fazer parte; comungar com os nativos os saberes, os costumes, as percepções de mundo. O turismo é, em geral, mais uma oferta de consumo. Assim não quero mais!

Como havia dito, há a experiência do CouchSurfing, maravilhosa por permitir essa aproximação, ou seja, o vivenciar de perto como o outro se expressa no dia a dia: rindo com ele; compreendendo os dilemas da vida; conhecendo lugares que não estão nos roteiros das empresas de turismo e ao se inserir num tempo que não é o tempo do guia turístico, mas sim o de uma amizade que deseja nascer.

Mas você pode querer algo mais. Então, que tal se além de fazer essa imersão na cultura do outro por meio de alternativas como o CouchSurfing, você pensasse em desenvolver trabalhos voluntários nos   lugares que pensa em visitar?

Na Argentina, iniciei minha primeira experiência como wwoofer. Ser um wwoofer é realizar trabalhos voluntários em propriedades rurais de produção orgânica ou com interesses ecológicos. Em troca você recebe estadia, refeições e aproveita da paisagem e companheirismo de pessoas comprometidas com um formato diferenciado de lidar com o planeta.



Algumas dicas e informações para você que se interessou pela proposta:

1) Para participar como voluntário, é necessário entrar no site http://www.wwoofinternational.org;

2) Escolha um país que tenha interesse (nem todos os países tem uma rede Wwoof);

3) Conheça as propriedades rurais (há um resumo sobre elas e a maioria tem fotos);

4) Se demonstrar interesse em participar como voluntário, você precisará fazer sua inscrição (você só recebe os contatos das propriedades rurais depois de realizar sua inscrição;

5) Para cada país, você deverá fazer uma inscrição diferente (Isso mesmo, a rede é descentralizada!);

6) Cada inscrição custa U$ 38,00 e válida por 1 ano;

7) Depois que for constatado seu pagamento, você receberá um arquivo em PDF com todos os contatos de propriedades rurais cadastradas como Wwoof;

8) O arquivo em PDF é protegido e você receberá uma senha para acessá-lo;

9) Você receberá também uma ficha de solicitação de estadia padrão que deve ser enviada para as propriedades rurais de seu interesse;

10) Algumas propriedades rurais podem exigir que você tenha seguro viagem internacional;

11) Na ficha de solicitação, escreva de forma clara e sucinta o porquê da escolha da propriedade;

12) Alguns proprietários, no resumo que informa sobre a propriedade, colocam quais são os requisitos. Veja se atende a todos;

13) Alguns proprietários exigem que o voluntário conheça a língua nativa;

14) Seja verdadeiro e não omita informações só para participar da experiência. Isto pode causar desconforto entre você e seus anfitriões;

15) Às vezes, alguns proprietários demoram mais para responder os e-mails (nem todos têm internet com facilidade);

16) Ao enviar o e-mail com a ficha de solicitação, aproveite para tirar suas dúvidas.

17) Em geral, são acertados trabalhos de 4 a 5 horas por dia;

18) Ao chegar na propriedade, se sentir que não tem nada a ver com seu perfil ou com o que você esperava, lembre-se: Não há o que te impeça de ir embora;

19) Se houver abusos de qualquer ordem, notifique a comunidade!


Algumas fotos que retratam um pouco da minha primeira experiência como wwoofer:




Há também a rede de voluntariado SE7EN. Apesar de ser cadastrado, ainda não tive experiências por meio dessa comunidade. Pode ser uma alternativa viável!
Para se cadastrar, é necessário pagar uma taxa de U$ 15,00.

Depois de cadastrado, você pode escolher qual país e que tipo de organização gostaria de trabalhar como voluntário.

Analise as condições que cada organização oferece. Algumas possibilitam que você realize trabalhos voluntários sem custos, em troca de acomodação e alimentação. Outras requerem contribuição. Porém, por mais que haja contribuição, o objetivo é que sejam oportunidades que possibilitem a realização de trabalho voluntário a partir da lógica de baixo custo.

Se você teve experiências por intermédio da SE7EN, exponha-as aqui!


Helpx é uma rede onde você pode trocar horas de trabalho por acomodação e, em alguns casos, alimentação. As possibilidade de trabalho não se restringem apenas à área rural ou para produção de alimentos. Você pode trocar sua mão-de-obra em hostels, hotéis e casas de família.

Com uma conta free é possível ter uma ideia sobre qual tipo de trabalho irá encontrar em cada país. Porém. para se ter acesso ao contato dos estabelecimentos e participar de rede de forma integral é necessário pagar uma taxa que lhe permite usá-lo com todos os recursos oferecidos por 2 anos. Os valores são: €20, US$ 29,00 ou £18,00 (pesquisa feita em 31/05/2014).


Parecido com o SE7VEN- mas na minha opinião, com um site mais interessante e clean - há o WorkAway. Pagando uma taxa de €22,00 ou €29,00 (taxa para casal ou para dois amigos), você pode entrar em contato com os hosts.

Não esqueça de enriquecer o blog, relatando suas experiências aqui!

(em breve, continuação)


8 comentários:

  1. Que fera, quero uma experiencia dessa.

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  2. Os custos da viagem, como passagem, por exemplo, são de responsabilidade do voluntário Fabricio?

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    1. Sim, os custos da viagem são de inteira responsabilidade do voluntário.
      Abs,

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  3. Quero fazer e vai ser minha primeira experiência no exterior sozinha, que frio na barriga! Obrigada pelas dicas, espero saber aproveitá-las! Boa caminhada pra ti! bjos! Letícia

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  4. Boa sorte, Letícia. Quando voltar, por favor, relate suas experiências aqui!
    Abs,

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  5. Quem pode participar? Quais os requisitos? Grato.

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    1. Olá, Rivaldo! Sua pergunta é sobre o Wwoof? Bom, em geral não há requisito. Algumas propriedades rurais ou comunidades podem exigir que o voluntário tenha seguro médico (em caso de experiências fora do país). Outras - mas são poucas - podem requerer uma experiência mínima com o universo rural.

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